segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Lembrança das dificuldades dos gremistas!!

Quando o Grêmio enfrentou o Estudiantes, 25 saudosos anos atrás, enfrentou uma guerra. Literalmente. Além de uma cultura futebolística distinta (com autênticos times castelhanos), outra conjuntura. Os argentinos disputavam com os ingleses a posse das Malvinas. Uma aeronave britânica, no rumo das ilhas conflagradas, posou e abasteceu no RS. Foi o estopim para uma hostilidade sem precedentes a um clube extrangeiro. Nunca houve e nem haverá nada semelhante. A tragédia rondou o tricolor e seus corajosos torcedores que lá estiveram. Uma época de ditadura militar no Cone Sul, sem políticas de colaboração, acordos bilaterais (fora à chamada “caça aos subversivos”) e Mercosul. Da chegada a La Plata até o retorno, ameaça de morte foi o mais brando que ocorreu. E no acanhado alçapão de então (nada semelhante ao que hoje existe lá) hinchas furiosos rangiam os dentes, sacudiam telas e queriam a vitória e a vingança. A soberania ferida dos hermanos exigia o sacrifício do adversário. Pedradas, garrafadas, rojões e fartura de agressões. Tudo com a conivência e até mesmo estímulo das autoridades locais. Foi preciso que a diplomacia brasileira (no caso subalterna aos militares daqui) fosse acionada. Uma partida dramática para nunca mais ser esquecida e que faz parte de uma trajetória que culminou no primeiro título de Libertadores para os gaúchos. Não há comparação possível entre o enfrentamento ocorrido naqueles anos e a contemporaneidade açucarada. Não há similitude entre a batalha que enfrentamos e o turismo praticado pela vizinhança. A história não pode ser adulterada, principalmente se a tentativa for de um ressentido.

Leo Soares

(TEXTO EXTRAÍDO DO BLOG DO TORCEDOR DO GRÊMIO, NO SITE GLOBO.COM – COMENTÁRIO ENVIADO POR UM TORCEDOR.

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